24 de setembro de 2009

Origem da Igreja de São Benedito, na Vila Nova

Na planta do perímetro urbano de Salto, elaborada em 1936, pode-se observar alguns aspectos da região da cidade conhecida por Vila Nova, justamente por se tratar de uma das áreas pioneiras do avanço urbano para além dos arredores daquilo que hoje chamamos de centro velho, ou seja, o quadrilátero que se estende das margens do rio Tietê e sobe até a Avenida Dom Pedro II, ladeado pelo rio Jundiaí e pela Rua 24 de Outubro.

A Vila Nova da década de 30 tinha na sua área mais baixa – às margens do rio Jundiaí – um curtume e as chácaras de Domingos Lammoglia e Alexandre Silvestre. O Matadouro Municipal ocupava o espaço onde hoje se encontra a garagem da Prefeitura, delimitando também essa porção do bairro. A própria Rua Quintino Bocaiúva à época se chamava Rua do Matadouro. Na parte alta da Vila Nova estava o Cemitério Municipal, ao lado da Estrada de Rodagem para Indaiatuba, agora trecho inicial da Avenida 9 de Julho. Onde hoje é a Prefeitura havia a caixa d’água, apenas. E a área na qual está hoje instalada a Igreja de São Benedito era denominada na referida planta como Largo São Benedicto.

A expansão da cidade naquela direção deve-se à construção, numa área intermediária entre o centro velho e a Vila Nova, da Vila Operária Brasital: um conjunto de 244 casas destinadas aos funcionários da tecelagem instalada às margens do rio Tietê, construído entre 1920 e 1925. Diante da fixação desse contingente populacional nessa área da cidade, tencionava-se edificar um novo templo católico nas imediações. Tributários dessa idéia, Manoel José Ferraz de Carvalho e Dona Julieta Duarte, conhecidos por Casal Manduca, tomaram a iniciativa de doar uma área irregular de sua propriedade, na Vila Nova, que justamente corresponde ao Largo de São Benedito – doação esta feita em fevereiro de 1924 à Irmandade do referido santo, existente em Salto desde as últimas décadas do século XIX.


Os Manduca, doadores a área do Largo.

À época da doação era pároco em Salto Arthur Leite de Souza, substituído em 1926 por João da Silva Couto. Naquele tempo o apelo maior era em torno da construção de uma nova Igreja Matriz de Nossa Senhora do Monte Serrat, em substituição à capela que datava de fins do século XVII, já bastante acanhada frente à demanda dos fiéis, que crescia junto com a cidade. Assim, apesar da existência da intenção e do terreno, a edificação de uma Igreja na Vila Nova ficara num segundo plano. Mais de vinte anos se passariam até o lançamento da pedra fundamental, fato que se deu em 19 de dezembro de 1948. Desse dia até a celebração da primeira missa, passariam quase 9 anos. Numa época de forte apelo do catolicismo na cidade, diversas foram as campanhas e festas em prol da aquisição de material de construção para se erguer o novo templo, projetado por João Scarano, somado ao trabalho voluntário de centenas de fiéis, levantando paredes e colaborando nos mais diversos serviços.


Fundos da Igreja de São Benedito em construção, 1956.

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Ouça o hino da cidade, "Salto Canção", na gravação de 1966