12 de março de 2010

Histórico da Capela e da Irmandade de Nossa Senhora das Neves, do Bairro do Buru

Transcrição de texto escrito por Ettore Liberalesso em 1992:

Pouco depois da criação canônica da primeira paróquia de Salto, em 6 de março de 1886, começavam a chegar à região, em grandes levas, milhares de imigrantes italianos. Segundo dados confiáveis, no município de Salto seu número atingia a 3000 no ano e 1905, quando a população toda não passava de 4264 almas.
            Daí talvez o fato de até cerca de 1920, quase todos os padres que tomaram conta da paróquia de N. S. do Monte Serrat levassem sobrenomes italianos, como: Antico – que sucedera a Bartholomeu Taddei e Gomes Reis – Fázio, Sorentino, Pepe e Seraphini.
            No início da última década do século passado, um grande número de famílias italianas se instalara nas lavouras de café do chamado bairro Buru, uma vasta área que ia desde as margens direitas do córrego do Ajudante e do rio Tietê até as divisas do município, deixando no meio o próprio rio Buru, que dava nome a toda aquela vasta parte do município de Salto.
            Uma família de imigrantes, contam antigos moradores do bairro, trouxe da Itália uma imagem de N. S. das Neves, propagando o culto à Virgem Maria sob aquela invocação. O povo da redondeza passou a reunir-se para rezar o terço, desde a época em que, quase certamente, era pároco interino de Salto, o padre Bartholomeu Taddei, um jesuíta que se atribuíra como principal missão fundar Apostolados da Oração pelo Brasil inteiro. A “interinidade” do padre Taddei durou de 1889 a 7 de julho de 1892, quando tomou posse o padre Thomaz Antico.
            Desde aqueles tempos, no mês de agosto, promoviam-se novenas que eram encerradas com a procissão da imagem venerada. E faziam-se festas populares a fim de angariar meios para construção de uma capela.
            Deve, portanto, estar fazendo um século que isso acontecia, sendo que a primeira capela em louvor à N. S. das Neves foi construída à direita da estrada, logo depois da ponte sobre o rio Buru, nela sendo entronizada a imagem trazida da Itália.
            As grandes glebas que constituíam o Buru foram sendo, com o correr dos tempos, desmembradas em sítios de diversas áreas menores, muitas delas adquiridas por descendentes das primeiras famílias de imigrantes.
            Até 1923, a instrução primária das crianças de toda a região era ministrada em casa pelos próprios pais, mas o catecismo sempre foi dado na antiga capela, onde as famílias se reuniam aos domingos para as preces em comum junto à imagem de N. S. das Neves, escolhida por todos como padroeira do bairro.
            Naquele citado ano, os irmãos José e Maximiliano Rocchi doaram um terreno para a construção de uma escola mista nas proximidades da encruzilhada da estrada Salto-Monte Mor. Com isso aumentou a freqüência da antiga capela, a qual logo se tornaria pequena.
            Os primeiros professores da nova escola mista do Buru nomeados pela municipalidade foram Filomena dos Santos, que lecionava nos períodos da manhã e da tarde, e seu marido Honório dos Santos, no noturno.
            Logo depois chegavam os habitantes do Buru a cogitar da fundação de uma associação religiosa para melhor aglutinar os católicos em torno da padroeira; na verdade eles pensavam que o fato iria reforçar a idéia de se construir uma nova capela, bem maior que a existente.

Irmandade de N. S. das Neves
            A idéia, porém, só se concretizaria alguns anos depois. Em 7 de fevereiro de 1932, cerca de quarenta pessoas se reuniram sob a presidência do padre João da Silva Couto, pároco de  Salto, quando combinaram a “nomeação da diretoria para tomar conta da capela e promover o movimento religioso do bairro”. Embora não o diga expressamente a ata então lavrada pelo próprio sacerdote, estava fundada assim a Irmandade de Nossa Senhora das Neves, emergindo naquela mesma reunião sua primeira diretoria e seu primeiro conselho.
            Estiveram presentes os srs. Sebastião José de Oliveira, José Paes de Oliveira, Luiz Gonzaga do Nascimento, Joaquim Ribeiro, Victorio Bethiol, Domingos Bethiol, Florindo Bethiol, Cesário Pauli, Leopoldo Antônio Cruz, Francisco Ribeiro, Jorge Ibraim, Jacob Abram, Fernando Bologneze, Antonio Pittorri, Phelipe Antônio Di Siervo, Ângelo Pavesi, Belmiro de Moura, João Baptista Oliveira, Ernesto Bethiol, Vergílio Bethiol, Christina Bethiol, Maria Rocchi, Pascoalina Rocchi, Elvira Rocchi, Silvestre Nascimento, João Roeja, José Rocchi, Antonio Rocchi, Ulderico Rocchi, Aristides Rocchi, Giuseppe Di Siervo, Manoel Di Siervo, Rosa Di Siervo, Francisca Siervo, Oswaldo Rocchi, Sebastião Paula Nicácio, Ana Rita de Oliveira, Maria Pauli.
            A primeira diretoria da Irmandade de N. S. das Neves ficou assim constituída: presidente, Sebastião José de Oliveira; vice-presidente, José Paes de Oliveira; secretário Francisco Ribeiro; tesoureiro, Florindo Bethiol; conselheiros: Luiz Gonzaga do Nascimento, Victorio Bethiol, Cesário Pauli, Domingos Bethiol.
            A partir daí, embora em 1937 a diretoria passasse a se reunir com regular freqüência mensal a redação de atas naquele mesmo livro que registrou a fundação da Irmandade, a diretoria ia providenciando todos os atos para que fora criada, jamais deixando de promover a festa anual de N. S. das Neves, sempre com muita freqüência do povo da região, bem como da própria cidade.
            Aqueles elementos fizeram com que o povo do Buru tivesse um dia de muita alegria em 28 de abril de 1934, quando o buruano Pedro Paulo Salvador foi ordenado padre em São Carlos, pelo Bispo D. José Marcondes de Mello, recebendo na Ordem Passionista o nome de padre Basílio, o qual, depois de um excelente apostolado, faleceu na cidade de Bebedouro, em 5 de setembro de 1963.
           
Doação do terreno para a capela
            Atendendo pedidos do vigário da paróquia de N. S. do Monte Serrat, padre João da Silva Couto, Maximiliano Rocchi, sua mulher Maria Sirelli e a viúva Adélia Cortis doaram o terreno para a construção da capela a Nossa Senhora das Neves, padroeira do bairro. A escritura foi passada no Cartório de Salto em 14 de julho de 1936, sendo registrada no Registro Geral da Comarca (Itu) sob nº de ordem 3514. Por Maria Sirelli, assinou João Salvador. O padre João da Silva Couto assinou em nome da paróquia. O terreno de 3000m2 começava “na encruzilhada da estrada de Monte Mor, segue pela mesma estrada até um valo, do valo desce por uma cerca até dar em um córrego de água dividindo com José Di Siervo daí volta pela estrada até o ponto de partida”. Esse terreno tinha sido possuído por herança conforme escritura registrada sob nº de ordem 1988 no Registro Geral da Comarca (Itu). Foi outorgada à paróquia de N. S. do Monte Serrat – Arquidiocese de São Paulo. A doação erapara fim único e exclusivo de construir a capela com suas dependências, à N. S. das Neves, patrona do bairro do Buru e da Irmandade de N. S. das Neves, com a condição de estes bens serem inalienáveis. (A escritura da doação acima está copiada em seu inteiro teor as pp. 62 a 65 do Livro Tombo nº 1, da Paróquia de N. S. do Monte Serrat, de Salto e as pp. 4v, 5, 5v, 6, 6v e 7 do livro de atas nº 1 da Irmandade de N. S. das Neves).

Lançamento da pedra fundamental da capela
            A segunda ata do citado livro de atas, lavrada em 9 de maio de 1937, fala da escritura acima transcrita e da festa que se estava realizando, do lançamento da 1ª pedra da nova capela, completando que havia mais de 1000 pessoas presentes, às quais foi lida a ata que em seguida seria colocada no interior da pedra fundamental. Essa ata tinha a seguinte redação:

“FESTA DA 1ª PEDRA da nova capela de N. S. das Neves no Bairro Buru. No dia 2 [sic] de maio de 1937 houve uma missa às nove horas, pregação pelo padre João da Silva Couto e as 16 horas benta e lançada a 1ª pedra cuja ata foi a seguinte: Aos nove dias do mês de maio do ano de nascimento de N. S. J. C. de 1937, terceiro ano do governo constituído do sr. Dr. Getúlio Vargas, presidente da República dos Estados Unidos do Brasil, sendo por graça de Deus Arcebispo Metropolitano de S. Paulo, o Exmo. Sr. D. Duarte Leopoldo e Silva e Governador do Estado o Sr. José Cardoso de Mello Neto, ocupando o cargo de vigário desta paróquia de N. S. M. Serrat, Arcebispado de São Paulo, o Rvmo. Pe. João da Silva Couto e sendo presidente da Câmara Municipal da cidade Arnaldo de Moraes e prefeito da cidade Francisco de Arruda Teixeira, com a presença do vigário da paróquia padre João da Silva Couto, a diretoria da Irmandade de N. S. das Neves, autoridades civis, sendo paraninfo o sr. João Scarano, arquiteto, construtor, administrador das obras e Hilário Ferrari, realizou-se a solene bênção e colocação da pedra fundamental da nova capela de N. S. das Neves do Bairro Buru, desta paróquia de Salto, cuja construção ora se inicia, ato este assistido por centenas de pessoas do bairro e de todas as classes sociais da cidade, que esta subscrevem. Tocou no ato da cerimônia a Banda Musical Saltense, fazendo eloqüente discurso congratulando-se com o povo do bairro o sr. prof. João B. Dalla Vecchia, cujas palavras foram ouvidas com religioso silêncio, encerrando a festa o Rvmo. Pe. Vigário João da Silva Couto, que agradeceu a todos e concitou a Irmandade a levar avante tão grandiosa obra, mais um melhoramento para o bairro. Colocando em seu respectivo lugar a pedra na qual achavam-se encaixada uma pequena urna oferecida pelo sr. Dante Milioni e dentro dela depositada uma cópia da presente ata devidamente assinada pela maioria presente, além de diversas moedas de prata e de níquel assim com um exemplar do jornal “O Povo” de Salto do mesmo dia, foi esta cerimônia dada por encerrada sendo lavrada a presente ata que lida em voz alta, achada conforme, vai devidamente assinada pelas autoridades civis e religiosas, diretoria da Irmandade, o encarregado da construção sr. João Scarano e demais pessoas gradas. Praça da Nova Capela de N. S. das Neves do Bairro Buru em Salto, aos 9 de maio de 1937. Eu João B. Dalla Vecchia secretário ad-hoc escrevi e o Vigário padre João da Silva Couto subscreveu. Padre João Couto. Assinaram: João Scarano, o construtor, Hilário Ferrari, Arnaldo de Moraes, presidente da Câmara, Laffayete Brasil de Almeida, presidente do Diretório, Sebastião de Oliveira, presidente da Irmandade.[1]

            Logo depois, em 23 de maio de 1937, a Irmandade se reuniu para escolher uma Comissão que trataria da construção do templo, cuja administração técnica ficou a cargo do Eng. João Scarano. Essa diretoria ficou assim constituída: presidente, Sebastião de Paula Nicácio; tesoureiro, Jacob Abrão; secretários, Joaquim Ribeiro e Florindo Bethiol Sobrinho; conselheiros: João Zambon, Hilário Ferrari, Fernando Bolognesi, João Antônio Di Siervo, João Stecca, Manoel Teobaldo e Luiz Bracarense.

A troca de imagens
            algum tempo vinha o padre João da Silva Couto achando que a imagem de Nossa Senhora das Neves era feia e insistia para que se mandasse fazer outra. A diretoria da Irmandade decidiu atender ao pedido do padre, cada membro contribuindo com uma importância para aquele fim. Mas como fazer para que a nova imagem não ficasse igual (feia) como aquela existente? A solução foi mais fácil do que a princípio parecia: uma moradora do bairro, dona Maria Rita da Candelária, tinha um quadro emoldurado com uma estampa de Nossa Senhora das Neves. Mostrada ao padre, este aprovou a estampa, levando-a para São Paulo, onde a empresa Irmãos Romano S/A confeccionou a imagem que ainda hoje é venerada no Buru.
            Como a nova imagem, muito bonita, não era parecida com a anterior, o povo teve alguma dificuldade em aceitá-la. Isso foi conseguido a muito custo pelo sacerdote, acabando por convencer-se o povo do bairro que ambas tinham o mesmo valor.
            A nova imagem ficou num oratório da capela velha até que se terminasse a construção do novo templo.

Inauguração da nova capela
            No dia 11 de dezembro de 1938, com a presença de muita gente vinda de toda parte do município e até de cidades vizinhas, deu-se a inauguração da nova Capela de N. S. das Neves, transladando-se para a mesma as imagens existentes na antiga capelinha próxima ao rio Buru. A solenidade ocorreu às 8h30, com a bênção solene das novas dependências dadas pelo padre João, havendo na missa solene realizada ali pela primeira vez, uma primeira comunhão das crianças do bairro. A festa foi abrilhantada pela banda de música da cidade; cantou na ocasião o Coro do Círculo Católico São Francisco de Assis, da Matriz de Salto.
            Por deliberação do vigário, a imagem velha de N. S. das Neves e um crucifixo da mesma procedência foram guardados no forro da nova capela, fato que acabaria caindo no esquecimento geral, ninguém mais se lembrando onde estavam aquelas imagens.
            Em 1936 um estabelecimento comercial que ficava ao lado do local onde se ergueria a nova capela trocou de proprietário: denominada “venda do Turco”, ela passou então a ser conhecida porvenda do Santinon” ou, simplesmentevenda do Buru”. Ao novo proprietário desse estabelecimento, Guilherme Santinon, o padre João da Silva Couto incumbiu de proceder à demolição da antiga capelinha. Em seu lugar, no entanto, aquele elemento erigiu uma capelinha de beira de estrada, em memória de um tipo popular, conhecido apenas por “Miro” que, segundo constava, fora encontrado morto à porta da antiga capela de N. S. das Neves.
            Embora se tivesse acordado que a diretoria da Irmandade deveria ser renovada a cada dois anos, nem sempre esse critério foi observado, havendo épocas em que poucas vezes os diretores se reuniam, com lavratura de atas, isto é, o faziam apenas quando julgado necessário tomar alguma decisão mais importante. Em algumas ocasiões passou-se ano inteiro sem uma reunião oficial. No entanto, como se disse, em nenhum ano deixou de ser feita a festa em louvor à padroeira do bairro.
            Aos 12 e 13 de agosto de 1939, teve-se a eleição da diretoria para os anos de 1939 e 1940, sendo eleitos: presidente, Sebastião de Oliveira; vice-presidente, João Stecca; tesoureiro, Vitório Bethiol; secretário, Francisco Ribeiro; procurador, Guilherme Santinon; conselheiros: Florindo Bethiol, Fernando Bolognesi, Luiz Gilberti, Hilário Ferrari, Maximiliano Rocchi, Sebastião Nicácio. No dia seguinte a diretoria reuniu-se para levantar um empréstimo para pagamento de débitos da capela, o qual seria pago à medida que fosse entrando dinheiro em caixa.

            Troca de diretoriaDiretoria eleita em 15 de setembro de 1940: presidente, Maximiliano Rocchi; secretário, Francisco Ribeiro; tesoureiro, João Antônio Di Siervo; procurador, João Stecca; conselheiros: Fernando Bolognesi, Florindo Bethiol, João Zambon, Domingos Bethiol, Hilário Ferrari, Vitório Bethiol. A posse foi dada pelo padre João da Silva Couto em 18 de dezembro.

            Diretoria eleita em 26 de outubro de 1941: presidente, Maximiliano Rocchi; vice-presidente, Fernando Bolognesi; secretário, Francisco Ribeiro; vice-secretário, Arlindo Leme de Campos; tesoureiro, João Di Siervo; procurador, João Stecca; conselheiros: Florindo Bethiol, Hilário Ferrari, Domingos Bethiol, João Zambon, Vitório Bethiol, Guilherme Santinon, Emílio Bracarense e Anastácio Dias Toledo. A posse deu-se no dia 6 de janeiro seguinte.

            Troca de diretoriaDiretoria eleita em 18 de novembro de 1945: presidente, João Di Siervo; vice-presidente, Sebastião de Oliveira; secretário, João Pacher; vice-secretário, José A. Stecca; tesoureiro, Fernando Bolognese; procurador, João Ivo Stecca; conselho: Maximiliano Rocchi, Florindo Bethiol, João Zambon, Anastácio Dias Toledo, Guilherme Santinon e Hilário Ferrari. A posse deu-se em 3 de janeiro, valendo pra 1946, 1947 e 1948.

            Troca de diretoriaDiretoria eleita em 29 de agosto de 1948, para o triênio 1948/1951: presidente, Florindo Bethiol; vice-presidente, Sebastião de Oliveira; secretário, José Ângelo Stecca; vice-secretário, Ângelo Stecca; tesoureiro, Fernando Bolognese; vice-tesoureiro, Guilherme Santinon; procurador, João Ivo Stecca; conselho: Hilário Ferrari, João A. Di Siervo, Anastácio Dias Toledo, Florindo Bethiol, Domingos Bethiol, Maximiliano Rocchi, Fidelis Matiuzzo, José Gobetti, Frederico Zanoni e José Matiuzzo.

            Troca de diretoriaDiretoria eleita em 23 de março de 1952: presidente, José Gobetti; vice-presidente, Florindo Bethiol; secretário, Genezio Bethiol; tesoureiro, Guilherme Santinon; procurador, João Clemente Di Siervo.

Santas missões no bairro
            Pela primeira vez houve missões no bairro, de 19 a 24 de abril de 1952, com muita ocorrência de fiéis, comunhões, procissões, elevação de um cruzeiro comemorativo da visita dos missionários. Houve, ao todo, 274 confissões, 698 comunhões, 7 comunhões de adultos (primeiras), legitimação de 7 casamentos, 3 pregações, 11 instruções, 4 missas para as crianças e muitas visitas a doentes.

Irmãs de São José dão catecismo no bairro
            A partir das referidas missões, algumas religiosas da Congregação das Filhas de São José, notadamente as Irmãs Pierina e Eliza, passaram a ensinar o catecismo às crianças, com preparação para primeiras comunhões e crismas, trabalho que mais tarde passou a ser feito por catequistas residentes no Buru.

Troca de diretoriaDiretoria eleita em 21 de outubro de 1956: presidente, João Alfredo Stecca; vice-presidente, Florindo Bethiol Sobrinho; tesoureiro, Guilherme Santinon; secretário, Genezio Bethiol; procurador, João Ivo Stecca; vice-procurador, Clemente Di Siervo; conselheiros: Francisco Barbosa, Salvador Cardoso, Evangelista Ferraz, Guiomar Bueno Santinon, Maurício Matiuzzo e José Bernardi.

Troca de diretoria – A diretoria supra foi confirmada em 17 de setembro de 1965, com exceção do procurador, que foi substituído pelo vice.

Instalada a segunda paróquia de Salto: São Benedito
            Salto passou a ter duas paróquias a partir de 27 de fevereiro de 1966. E a capela de N. S. das Neves do Buru passou a pertencer à nova paróquia criada sob invocação de São Benedito. Os limites desta foram fixados como tendo início “no cotovelo formado pelo rio Jundiaí (Avenida dos Trabalhadores) desde a margem direita do rio, seguindo pelo par da Rua Rodrigues Alves até a Rua Itapiru, seguindo pelo meio desta até a Rua Quintino Bocaiúva e descendo por esta até atingir, na Rua Sete de Setembro, um córrego, afluente do ‘Ajudante’, e descendo pela margem de ambos até o rio Tietê; descendo por este até encontrar a margem direita do rio Jundiaí e, descendo pela margem direita deste, até encontrar o ponto de partida no começo da Avenida dos Trabalhadores, na esquina desta com a Rua Rodrigues Alves”.
            Assim, estando a capela de N. S. das Neves dentro desse perímetro, passou a ser parte integrante da nova paróquia. Com isso, o diretor espiritual da Irmandade de Nossa Senhora das Neves, responsável pela conservação e funcionamento da capela do Buru, deixou de ser o padre João da Silva Couto, para ser o pároco de São Benedito, Cônego Gastão Oliboni; em 2 de fevereiro de 1969 ele foi substituído pelo Cônego Ivo Wells; durante uma viagem deste, a paróquia de São Benedito teve à frente o Cônego Vicente Formigão (seis meses); quando o Cônego Ivo foi embora, o Cônego Formigão assumiu o cargo de Vigário. Este teve, dois meses depois, como auxiliar, o Cônego Paulo Haenraetz, que a partir de 11 de março de 1977 foi o 4º vigário da paróquia de São Benedito.

            Troca de diretoriaDiretoria eleita em 24 de outubro de 1971: presidente, Guilherme Santinon; vice-presidente, Antônio Zambon; secretária, Rose Mari Ferrari; tesoureiro, Evangelista Ferraz; zeladores, Maria Gianotto e Guiomar Santinon.

            Troca de diretoriaDiretoria eleita em 3 de fevereiro de 1974: presidente, Antônio de Oliveira; vice-presidente, Romeu de Oliveira; secretário, Laerson Gianotto; tesoureira, Helena Zanoni Ognibene; procurador, Henrique Ognibene; conselho: Maria Gianotto, Vitório Gianotto, Maria Lúcia Geada de Oliveira e Dirce Ognibene.


Crisma na capela    
            Embora uma anotação diga que haveria crisma na capela em 25 de agosto de 1974, o sacramento da confirmação foi ministrado ali no dia 1º de setembro, quando quarenta jovens foram crismados pelo Bispo Diocesano, D. Roberto Pinarello de Almeida.

Urbanização chega ao Buru
            O ano de 1974 marcou também o início da urbanização da região conhecida como Buru. Possivelmente com a perspectiva da criação do distrito industrial. O primeiro loteamento residencial ocorreu com o lançamento do Condomínio Fechado de Vivendas Piccolo Paese, em 24 de dezembro de 1974. Apareceram em seguida os loteamentos denominados: Jardim São Judas Tadeu, Jardim Arquidiocesano, Jardim Saltense, Jardim Elizabeth, Jardim Buru, Estância da Colina, Village João Jabour, todos até o fim de 1979. Na década de 80 surgiram os loteamentos Chácaras Iracema, Jardim Celani, Jardim D’Icaraí, Vila Norma, Condomínio Vivendas Haras São Luiz, Village Zulkeika Jabour, Terras de Santa Rosa, Jardim Bom Retiro, Jardim São João etc. Com isso muitas residências foram sendo construídas em locais mais próximos da Capela de Nossa Senhora das Neves, que assim passou a ter um movimento maior.
            A partir de 1975 a capela passou a promover, através da Irmandade de N. S. das Neves, a reza do terço no mês de maio, via-sacra durante a quaresma e novena de Natal.

            Troca de diretoriaDiretoria eleita em 4 de abril de 1976: presidente, Laerson Gianotto; vice-presidente, Antônio de Oliveira; secretário, Henrique Ognibene; tesoureiro, José Vallini; procurador, Vergílio Gianotto; zeladora, Maria Gianotto; conselho: Vitório Gianotto, Dirce Ognibene, Helena Zanoni Ognibene, Angelina Vallini Gianotto, Luzia Gianotto e Mário Vallini. Em julho de 1979, Henrique Ognibene foi substituído no cargo de secretário por Maria Gianotto.

Reaparece, finalmente, a antiga imagem
            Durante uma missa que o Cônego Paulo Haenraetz celebrava no ano de 1980, desceram do forro da capela centenas de abelhas bravias que atacaram os presentes, quase impossibilitando o sacerdote de terminar a cerimônia.
            Para resolver o problema que poderia repetir-se, no dia seguinte o presidente da Irmandade, Laerson Gianotto, e o sr. Walter Keiller, um morador das proximidades, subiram ao forro da capela. No trabalho de exterminar as abelhas, eles acabaram por encontrar algumas imagens velhas. Para identificá-las, convocaram outro morador do bairro, José Ângelo Stecca (“Didi Stecca”). Este reconheceu prontamente a antiga imagem da padroeira do bairro e também um crucifixo que sempre estivera na capela demolida.
            Mesmo danificados pela ação do tempo, descoradas e descascadas, essas imagens ficaram por algum tempo expostas na capela.
            Mais tarde, o pároco Cônego Paulo Haenraetz resolveu que elas deveriam ser restauradas, encarregando-se de levá-las para o “Conventinho” de Itu com esta finalidade.
            Terminado o restauro das referidas duas imagens, o sacerdote houve por bem esperar por uma reforma na capela para repor o crucifixo no altar e a imagem numa redoma, como lembrança dos velhos tempos do Buru. Mas até agora, fevereiro de 1992, quando a paróquia de São Benedito está encerrando seu ano jubilar de criação, a devolução das imagens não ocorreu. Elas continuam na Casa Paroquial, apesar das várias reformas pelas quais passou a capela.

            Troca de diretoriaDiretoria eleita em 21 de maio de 1983: presidente, Laerson Gianotto; vice-presidente, José Henrique Bernardini; secretário, Amildo Marzullo; tesoureiro, Vergílio Gianotto; zeladora, Maria Gianotto; conselho: Vitório Gianotto, Walter Keiller, Luzia Gianotto, Aparecida Matione Bernardini, Maria Aparecida Gianotto, Angelina Vallini Gianotto, Irmando Luiz Marzulo, Wilson Dias e Armindo Dias Coutinho.

Cinqüentenário da primeira pedra da capela
            A comunidade católica do Buru comemorou condignamente a passagem do cinqüentenário do lançamento da primeira pedra da capela de N. S. das Neves, no dia 2 de maio de 1987, durante a missa celebrada pelo padre Paulo Haenraetz, que voltara à paróquia como auxiliar do padre Geraldo da Cruz Bicudo de Almeida, pároco desde 23/05/1987.

Nossa Senhora da Neves visita as capelas da paróquia
            No dia 3 de outubro de 1987, a imagem de N. S. das Neves foi levada à Matriz de São Benedito, onde houve missa pelo sucesso do ano mariano. A partir dessa data, a imagem passou a percorrer todas as capelas da paróquia de São Benedito, voltando ao Buru no dia 20 de agosto de 1988, por ocasião de sua festa anual.
            Durante o ano de 1987 e a ausência da imagem da padroeira, a capela passou por mais uma reforma, o mesmo se dando em março de 1989, com um novo revestimento externo, pintura, reforma do telhado do barracão e troca de piso dos sanitários.

Incremento do movimento religioso
            Desde a reforma de 1987, os membros da diretoria da Irmandade passaram a reunir-se aos sábados, para recitação do terço. A partir de 23 de julho de 1989, o povo da região se reúne na capela aos domingos, para participar de uma celebração litúrgica, sendo responsável pela mesma o Ministro Extraordinário da Eucaristia Roque Pandini. Nesse trabalho, Pandini tinha como coordenador o presidente da Irmandade, Laerson Gianotto, substituído por Maria Aparecida Gianotto em 5 de abril de 1990.
            Em conjunto com a de Santo Inácio, a comunidade de Nossa Senhora das Neves do Buru iniciou, a 19 de julho de 1991, na matriz de São Benedito, uma novena em comemoração ao jubileu de prata da paróquia, e no dia 28 do mesmo mês, a imagem de N. S. das Neves, juntamente com as imagens dos patronos de todas as capelas da paróquia, foi levada em procissão até o Ginásio de Esportes, onde a novena foi encerrada.
            De notar-se que, por terem transferido suas residências para outros pontos do município, deixaram de fazer parte da diretoria da Irmandade, eleita em 21 de maio de 1983, os srs. Wilson Dias, Walter Keiller e Armindo Dias Coutinho.
            Muitos casamentos vêm sendo realizados na capela de Nossa Senhora das Neves, sendo que os últimos, em número de sete, aconteceram no dia 17 de fevereiro de 1991, sendo celebrante o padre Maurício Vieira de Souza.


[1] Essa ata não foi transcrita no livro de atas da Irmandade, mas tão somente no Livro Tombo nº 1 da Paróquia de N. S. do Monte Serrat, às pp. 71, 72 e 73.

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Ouça o hino da cidade, "Salto Canção", na gravação de 1966