19 de fevereiro de 2010

O jazigo das Filhas de São José

Religiosas denominadas Filhas de São José chegaram a Salto em novembro de 1936, por intermédio do padre João da Silva Couto, com o objetivo de dirigir a então Escola Paroquial, que mais tarde se transformaria no Externato Sagrada Família, popularmente conhecido por Coleginho, instituição de ensino ainda hoje em atividade. No Cemitério Municipal da Saudade existe um jazigo no qual foram sepultadas algumas freiras que atuaram nossa cidade.

A primeira das Filhas de São José, com passagem por Salto, a ser sepultada no mencionado jazigo, foi Izidora Perucon. Embora não fizesse parte do grupo pioneiro, ela aqui chegou em 1936, e permaneceu até sua morte em 23 de agosto de 1958. Italiana da província de Veneza, nasceu em novembro de 1902. Entrou para a Congregação em 1926. Chegou ao Brasil em 1931, trabalhando inicialmente numa obra social na Vila Matilde, em São Paulo. Muito estimada pela população saltense por seus 22 anos de dedicação à comunidade, seu enterro foi dos mais concorridos. Seu nome foi dado a uma das ruas de Salto em 1967.

A segunda madre a ser enterrada nesta perpétua foi Maria Nazarena Corrêa, religiosa, benemérita e educadora que dedicou 25 anos de sua vida a crianças e jovens da comunidade saltense. Nascida em Santa Rita do Passa Quatro (SP) em 22 de abril de 1922, entrou para a Congregação em 1937. Em 1939, ao professar na ordem, veio imediatamente para Salto, aqui permanecendo até 1951. Voltou no período de 1954 a 1957, como superiora do Externato, ao tempo em que o prédio novo na Av. Dom Pedro II foi construído. Após esses anos, retornou a Salto somente em 1973, e aqui permaneceu até sua morte, em julho de 1979. Atualmente uma escola no Jardim São Judas Tadeu leva seu nome.

A terceira freira a ser sepultada foi Maria Pia Cassaniga, natural de Sorocaba (SP). Nascida em 18 de julho de 1932, passou a maior parte de sua vida religiosa em Itaici, junto a padres jesuítas da Vila Kostka. Trabalhou também em Salto. Outra das Filhas de São José a ser sepultada naquele jazigo foi Paula Graciano Mayer. A paulistana nascida em 21 de agosto em 1930 completou seus votos em 1959. Trabalhou em Salto por diversas ocasiões. Quando retornou em 1985, ocupou os postos de superiora e diretora da escola até seu falecimento em 1993. Seu nome foi dado a uma importante obra assistencial mantida pelo Instituto das Filhas de São José no Jardim Marília.

A última, falecida aos 86 anos, sepultada no início deste mês, foi Helena de Moraes, a Irmã Rosa. Paulistana, ingressou na vida religiosa aos 16 anos. Esteve em Salto por 34 anos, ao todo, em três momentos, tendo aqui chegado pela primeira vez em 1967. Atuou como professora primária, catequista e cuidou com muita dedicação da cantina e da extinta fanfarra do Externado. Estudei no Externato por 10 anos e fui aluno da Irmã Rosa em 1993. Era, certamente, a freira que eu mais estimava – pois sempre me tratou com muito carinho e respeito.


Freiras do Externato, tendo ao fundo a velha escadaria.
A Irmã Rosa é a última em pé, à direita.

Um comentário:

Sandra CA disse...

Fiquei emocionada, após tantos anos, saber da nossa querida Irmã Rosa, seu nome verdadeiro e a data de seu falecimento! Tive a honra de conhece-la e conviver com ela,ela me chamava de "minha flor de maracujá" eu a amava muito, quando for a Salto com tempo, quero visitar se possível seu jazigo e das outras Irmãs! Obrigada por este blog!E estas informações tão importantes!Fiquei emocionada, após tantos anos, saber da nossa querida Irmã Rosa, seu nome verdadeiro e a data de seu falecimento! Tive a honra de conhece-la e conviver com ela,ela me chamava de "minha flor de maracujá" eu a amava muito, quando for a Salto com tempo, quero visitar se possível seu jazigo e das outras Irmãs! Obrigada por este blog!E estas informações tão importantes!

Ouça o hino da cidade, "Salto Canção", na gravação de 1966