3 de junho de 2008

A inauguração da Fábrica de Papel

O jornal Imprensa Ytuana, em sua edição de 19 de setembro de 1889, noticiava em sua primeira página a inauguração da “1ª fábrica de papel, na vila do Salto de Ytu, pelos srs. Melchert & Cia.”. Pelo trem que partiu da capital da Província de São Paulo, às 6h20 da manhã, vieram mais de cem convidados. Outros – de Jundiaí, Campinas, Santos e Rio de Janeiro – também compareceram na inauguração.



Dentre os presentes, sabe-se que aqui estiveram sujeitos de grande influência à época, muitos dos quais iriam adquirir maior relevância nos anos seguintes. São mencionados pelo jornalista os nomes de Francisco Glicério, dr. Vieira Bueno, Bento Quirino dos Santos, Bernardino de Campos, dr. Ignacio de Mesquita, os coronéis Rodovalho e Anhaia, Carlos Paes de Barros, Ramos de Azevedo, Garcia Redondo, Alfredo Maia, Paulo Egydio, José Vicente de Azevedo, José Pereira de Queiroz, José Felix Monteiro, Victorino Carmillo e Urbano Machado. As folhas da capital paulista também enviaram seus representantes, além da Gazeta de Notícias, do Rio de Janeiro. O Diário da Manhã, de Santos, e os periódicos campineiros Gazeta e Diário de Campinas igualmente marcaram presença.

Os que vieram de Itu – casos de José Innocêncio, Paulino Pacheco, Carlos Pereira, João Baptista Pacheco Jordão, Octaviano Pereira, José Corrêa, Fontes Junior, o vigário Miguel Corrêa Pacheco, Francisco Pereira e o tenente-coronel José Feliciano Mendes – chegaram às dez horas “na estação do Salto, onde os esperavam os proprietários e parentes do sr. Adolpho Melchert”. Em seguida, “a banda saltense (...) tocou e foram queimados muitos foguetes”.

Meia hora mais tarde, “chegaram todos os convidados à fábrica, que está situada a um quilômetro mais ou menos da estação, e a essa hora começaram a funcionar as máquinas, erguendo nessa ocasião o sr. Rodovalho um viva ao distinto engenheiro paulista dr. Antonio Melchert, que foi quem projetou e construiu todo o edifício e presidiu ao assentamento dos mecanismos”. Em seguida, os convidados tiveram a oportunidade de conhecer todas as etapas “do fabrico do papel”.

“Às 11 horas serviu-se um lauto almoço, e à uma hora um abundante lunch, durante o qual foram calorosamente saudados os srs. Manoel Lopes de Oliveira, dr. Antonio Melchert e Carlos Melchert, que são os proprietários da fábrica, sendo também brindado o sr. Adolpho Melchert, pai dos dois últimos”. Tancredo do Amaral, representando o Correio do Salto na ocasião, foi um dos nomes que o articulista de Imprensa Ytuana cita por terem “utilizado da palavra” após os brindes, além do “chefe da Liga Italiana”; às 3 horas da tarde, todos os convidados já haviam se retirado.

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