26 de maio de 2009

Professores que marcaram época

Cláudio Ribeiro da Silva (1890-1958): Professor com passagem marcante pela cidade entre as décadas de 1910 e 1930, Cláudio Ribeiro da Silva foi o nome dado ao 2º Grupo Escolar criado nesta cidade, em 1959. Nascido em Silveiras (SP) em 16 de dezembro de 1890, era filho de João Claudino da Silva e Maria Cândida da Silva. Formado pela Escola Normal da Praça da República, na capital paulista, em 1911, chegou a Salto em 1914, logo ingressando no recém-inaugurado Grupo Escolar de Salto – hoje Escola Estadual Tancredo do Amaral – e ali permaneceu como docente até 1923. Transferido para Jaú (SP) nesse ano, voltou para Salto no ano seguinte para ocupar a direção da escola em que antes lecionara. Aqui permaneceu até 1935. Após essa data foi transferido para diversas outras regiões de São Paulo. Ao se aposentar em 1946, para cá voltou e fixou residência, vindo a falecer em 1958, morando na Rua José Revel, número 96.

Passagens marcantes nos anos em que o professor Cláudio Ribeiro esteve em Salto foram suas iniciativas quando das Revoluções de 1924 e 1932, ocasiões em que capitaneou esforços da localidade em benefício dos combatentes que por aqui transitavam. Em 1924, durante a segunda revolta tenentista, na escola em que lecionava, abrigou refugiados vindos das áreas de conflito, alojando-os nas salas de aula, nas quais diversos colchões foram espalhados. E no galpão de recreio instalou-se, por sua iniciativa, uma cozinha para atendê-los. Já durante a Revolução Constitucionalista de 1932 o professor organizou grupos de saltenses que levavam cestas de frutas a soldados que passavam, em enormes grupos, pela estação local da estrada de ferro.


João Baptista Dalla Vecchia (1896-1981): Professor na Escola Anita Garibaldi por 37 anos, João Baptista Dalla Vecchia nasceu em Itu (SP), em 1896. Filho de italianos, aos 8 anos de idade mudou-se com sua família para a Argentina e, dois anos mais tarde, para a Itália. No início de 1914, pouco antes da eclosão da Primeira Guerra Mundial, os Dalla Vecchia retornaram ao Brasil, e João Baptista ingressou na indústria Brasital, nesta cidade, ali trabalhando até 1931. Nesse ano, recebeu um convite para lecionar na mencionada escola, que era mantida pela empresa.

De início Dalla Vecchia centralizava todas as funções: era diretor, professor, secretário e bedel. Poucos anos depois passou a contar com o auxílio da professora Rosana Turri, com a qual trabalharia em conjunto até 1968, quando do encerramento das atividades da escola.
Além de professor, Dalla Vecchia foi assíduo colaborador da paróquia de Nossa Senhora do Monte Serrat e de seu vigário, o padre João da Silva Couto [1887-1970], ajudando-o em várias empreitadas. Foi um dos diretores do Ítalo Futebol Clube, na década de 1920. Por muitos anos foi também músico da Corporação Musical Giuseppe Verdi, sendo, ainda, um dos fundadores e regentes da União Musical Gomes-Verdi, que surgiu em 1939. Na política, foi vereador de 28 de maio de 1936 a 30 de janeiro de 1937 e de 1º de janeiro de 1948 a 31 de janeiro de 1951, data em que renunciou ao cargo. Também foi vice-prefeito na gestão de Vicente Scivittaro, entre os anos de 1960 e 1963. Quando faleceu residia à Rua 23 de Maio, número 641.

O professor Dalla Vecchia em julho de 1964.


Benedita de Rezende (1889-1964): Considerada uma das educadoras de maior erudição em Salto na primeira metade do século XX, a professora Benedita de Rezende era natural de Taubaté (SP). Nascida em 9 de maio de 1889, foram seus pais Florinda de Rezende e José Benedito de Rezende.

Benedita fez seus estudos primários em sua cidade natal, formando-se professora em São Paulo. Nas décadas 1920 e 1930 lecionou em Salto. Também esteve a trabalho em diversas outras localidades do interior paulista, tais como: Limeira, Itatiba, Pindamonhangaba, São Carlos, Atibaia e Mogi das Cruzes. Na capital paulista lecionou no Grupo Escolar Romão Puiggari, onde se aposentou por decreto em 16 de março de 1948. Em seguida, voltou para Salto, e aqui permaneceu até seu falecimento, aos 75 anos. Residia na Avenida Dom Pedro II, número 781.

Em Salto, mesmo depois de aposentada, Benedita desenvolvia atividades intelectuais e colocava-se à disposição de quantos a procurassem, dando especial atenção aos estabelecimentos de ensino locais. Poetisa de rara sensibilidade, escreveu hinos comemorativos, colaborou na imprensa da cidade e ministrou aulas de música e línguas até seus últimos dias de vida.

Lado a lado, o então diretor Cláudio Ribeiro da Silva e a professora Benedita de Rezende, 1933.


2 comentários:

Unknown disse...

SAUDADES,MINHA AVÓ QUERIDA.

DE SEU NETO,BENEDITO DE REZENDE MACEDO,POLICIAL MILITAR REFORMADO.

Sueli Ferrari disse...

Sou Diretora da EE Profª Benedita de Rezende, de São Paulo, Capital, estou a procura de fotos e da biografia desta querida professora, para montarmos uma homenagem a nossa patrona. Agradeço antecipadamente a quem puder nos ajudar. Sueli.

Ouça o hino da cidade, "Salto Canção", na gravação de 1966