3 de setembro de 2023

Hino à Senhora das Neves

O CULTO A NOSSA SENHORA DAS NEVES - Uma família de imigrantes, contam os antigos moradores do bairro rural do Buru, em Salto, trouxe da Itália uma pequena imagem de Nossa Senhora das Neves, propagando o culto sob essa invocação. Foi então que os habitantes dos arredores passaram a se reunir para rezar o terço, desde a época do padre Bartholomeu Taddei. Já naqueles tempos, no mês de agosto, promoviam-se novenas que eram encerradas com a procissão da imagem venerada.

ZEQUINHA MARQUES - O maestro José Maria Marques de Oliveira - popularmente conhecido como Zequinha Marques - nasceu em Salto em 1893, onde faleceu em 1981. Estudou nas escolas isoladas de Salto. Alfaiate, viveu muito mais para a música. Já em 1904 aprendeu a tocar bandolim. Dez anos depois era professor de música. Em 1916, tocava baixo na “Banda Brasileira”, mas em  1918 formou a sua própria banda, que durou três anos. Casou-se em 1921 com Emma Donatto. Foi um dos fundadores da S.I.R. Ideal e da Lira Saltense, tocando também na Orquestra Itaguaçu. Dirigiu por mais de 40 anos o Coro Oficial da Matriz e a famosa orquestra que abrilhantava as festas mais importantes da paróquia. Zequinha exerceu outros cargos, como o de juiz de casamentos. Como compositor, escreveu quatro missas, muitos tríduos, novenas, ladainhas, marchas, hinos sacros, cerca de quarenta músicas, como dobrados, marchas, maxixes. Seu acervo artístico foi doado ao Museu Cidade de Salto.

Zequinha Marques (1893-1981)




Acervo do Museu da Cidade de Salto

Início da procissão no ano de 2005.


Festa do Salto: breve história em imagens

A Festa do Salto tem origem remota e confunde-se com a própria fundação de Salto. Ocorreu pela primeira vez no mesmo ano de instalação e bênção da capela de Nossa Senhora do Monte Serrat, o longínquo 1698. A iniciativa do fundador, Capitão Antonio Vieira Tavares, contou com a presença de moradores da vizinha Itu e habitantes do Sítio Cachoeira, de sua propriedade, e que hoje corresponde ao território de Salto. Mais que tricentenária, portanto, a prática ininterrupta da Festa permanece viva ainda nos dias de hoje.

A data da Padroeira é o 8 de setembro. Em virtude disso uma série de atividades religiosas ocorre nos dias de Festa. Contudo, ao menos desde meados do século XIX, ela conta também com uma parte popular, ou profana, caracterizada por quermesses e feira com barracas de comestíveis, roupas e outras dedicadas a promover sorteios e jogos.

Desde o final do século XIX até meados do século XX, nos primeiros dias de setembro de cada ano, comerciantes vindos de outras localidades traziam a Salto produtos dos mais diversos, dos quais o comércio local era carente: sapatos, tecidos, louças e outras tantas bugigangas. Alguns saltenses montavam tais barracas e alugavam aos comerciantes forasteiros interessados. Um dos últimos a se dedicar a tal prática foi Alberico de Oliveira. Uma de suas barracas pode ser vista em foto de 1950.

A face lúdica da Festa, em sua parte profana, até o final do século XIX se traduzia em brincadeiras como cabo-de-guerra, cabra-cega, mastro cocagne e boizinho baiano. Tais práticas adentraram ao século XX e foram remodeladas. Nas últimas décadas o que se verifica é a predomínio de brinquedos eletromecânicos destinados, em grande parte, ao público infantil. Embora revestida de modernidade, a essência da Festa do Salto permanece pouco modificada após tantos anos.


Imagens: Museu da Cidade de Salto e Jornal Taperá.
Música do vídeo: "Sertão Paulista", pelo Quarteto Tristão Júnior.

Ouça o hino da cidade, "Salto Canção", na gravação de 1966