21 de fevereiro de 2021

O teleférico da Brasital

As duas fábricas de tecido pioneiras em Salto, instaladas nesta margem do rio Tietê, bem como a fábrica de papel situada na margem oposta – todas surgidas no último quarto do século XIX – passaram, em 1904, a pertencer a uma única proprietária: a Società per l’Esportazione e per l’Industria Italo-Americana. Esta se tornou, ao mesmo tempo, produtora de tecidos e de papel.

Em 1919, a Italo-Americana passou para as mãos da Brasital S/A, que incorporou todo o patrimônio de sua antecessora. Apenas em 1976 a fábrica de papel foi desmembrada da fábrica de tecidos, passando a ter um proprietário distinto.

O vínculo entre essas fábricas, naquela época, se dava em virtude da matéria-prima para a produção do papel – fibras de celulose – vir das sobras das fábricas de tecidos. Era comum, inclusive, a fábrica de papel anunciar em jornais da época o seu interesse em adquirir roupas velhas e trapos de linho ou de algodão.

O teleférico da Brasital ligava as fábricas de tecido e de papel, uma em cada margem do rio. Por meio de uma barqueta, pessoas – inclusive gerentes – e materiais de pequeno porte eram transportados com a agilidade necessária, constituindo a linha mais curta entre as duas fábricas.

Teleférico, próximo à torre de sustentação, que ligava a Fábrica de Tecido da Brasital à Fábrica de Papel. Desativado nos anos 60.

Ponte Pênsil e Rio Tietê, 1945.

Rio Tietê, a partir da Ponte Pênsil, tendo ao fundo o teleférico da Brasital que ligava à Fábrica de Papel.


Ouça o hino da cidade, "Salto Canção", na gravação de 1966