Foi entregue ontem à população saltense a nova estrutura denominada Pavilhão das Artes – erguida em substituição àquela que ficou conhecida por Concha Acústica e que existiu por mais de quatro décadas – além da remodelação do anfiteatro, agora com assentos, e fonte.
O Pavilhão das Artes situa-se na Praça Archimedes Lammoglia, o logradouro público que mais vezes teve seu nome alterado na história de Salto. Muitas vezes dividida em duas partes, já se chamou Praça da Bandeira, Paula Souza, do Anhembi, 31 de Março e Getúlio Vargas. Unificada, passou a se chamar 16 de Junho, em referência ao dia de fundação da cidade. E finalmente, desde 27 de setembro de 1996, é denominada Praça Dr. José Francisco Archimedes Lammoglia.
O saltense Archimedes Lammoglia, que dá nome à praça em questão, nasceu em 1920. Em 1942 ingressou na Escola Paulista de Medicina, diplomando-se em 1947. Proctologista, residiu durante muitos anos no Hospital Matarazzo, em São Paulo, onde ingressou em 1938 como faxineiro e chegou à chefia do departamento de sua especialidade anos mais tarde. Trabalhou ainda, desde sua formatura, na Santa Casa de Itu – onde atendia gratuitamente aos finais de semana. Em 1954 ingressou na política, sendo eleito vereador da cidade de São Paulo no ano seguinte. Em 1958 foi eleito deputado estadual, reelegendo-se sete vezes consecutivas. Estudou também na Escola de Direito de Niterói, diplomando-se em 1960. Em 1964 foi Secretário Estadual da Saúde. Com sua atuação política ao longo de quatro décadas, foi reconhecido publicamente por conseguir diversos melhoramentos para sua cidade natal, da qual era notável defensor, bem como para outras cidades da região, nas quais era igualmente estimado. Faleceu em Salto em 1996.
Quem observa nos dias de hoje essa praça que carrega o nome do emblemático político e médico saltense não imagina que ela abrigou edificações até meados do século passado. A mais antiga da qual se tem notícia é a casa que pertenceu a José Bonifácio de Andrada e Silva [1827-1886], conhecido por José Bonifácio, “o Moço” – um poeta, jurista, professor e político brasileiro. Esse personagem do Império tinha o mesmo nome de seu tio-avô, o Patriarca da Independência. Numa das vezes em que D. Pedro II visitou Salto, em 1875, foi a casa que Bonifácio mantinha próxima à cabeceira da ponte Salto-Itu, na margem direita do rio Tietê, que hospedou o Imperador. Na condição de anfitrião, Bonifácio declamou a poesia “Sonhando”, escrita especialmente para aquele momento. Mais tarde, em 1889, a referida casa – que ali existiu até 1913 – foi ocupada pela família do engenheiro responsável pela construção da Fábrica de Papel.
Na praça também existiu, até 1958, uma ampla casa construída no final do século XIX, em sua origem um hotel, e que abrigou a partir de 1936 uma instituição particular de ensino, o Externato Sagrada Família. Essa instituição iniciou suas atividades sob a designação Escola Paroquial, dada sua ligação com a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Monte Serrat. Fundada por quatro religiosas da Congregação das Filhas de São José, vindas da Itália, a instituição contou desde o início com o apoio da indústria têxtil Brasital S/A, tendo sido prédio que abrigava a escola doado pela senhora Aurelina Teixeira Campos. Existente até os dias de hoje, o Coleginho – como é popularmente conhecida a instituição – transferiu-se em 1958 para um novo prédio, situado à Av. D. Pedro II nº 804. Isso foi possível a partir de uma permuta de terrenos com entre a Mitra Diocesana de Jundiaí, proprietária do casarão de dona Aurelina desde 1936, e a Prefeitura de Salto – trâmite ocorrido em 1954 e que precisou ser comprovado, para fins de liberação de verbas para as recentes intervenções, perante o Governo do Estado.
Em fins da década de 1950, a pressa em demolir o antigo casarão não se aplicou às obras para um novo uso do espaço que se tornara público. Idas e vindas ocorreriam e por mais de três anos a obra – iniciada pela empresa Cunha Lima Carvalhosa – ficaria parada. Então, nova concorrência pública foi aberta, sendo vencida pelo grupo do arquiteto João Walter Toscano, o mesmo que fora responsável pela remodelação do Jardim Público existente ao lado. A promessa era de concluir a obra em até um ano.
Contudo, a inauguração da Concha Acústica ocorreria apenas em 7 de abril de 1963, com a bênção do Monsenhor João da Silva Couto – pároco da cidade desde 1926 – discurso do prefeito Vicente Scivittaro, queima de fogos de artifício e apresentações de artistas do rádio e da televisão com algum destaque à época.
O Pavilhão das Artes situa-se na Praça Archimedes Lammoglia, o logradouro público que mais vezes teve seu nome alterado na história de Salto. Muitas vezes dividida em duas partes, já se chamou Praça da Bandeira, Paula Souza, do Anhembi, 31 de Março e Getúlio Vargas. Unificada, passou a se chamar 16 de Junho, em referência ao dia de fundação da cidade. E finalmente, desde 27 de setembro de 1996, é denominada Praça Dr. José Francisco Archimedes Lammoglia.
O saltense Archimedes Lammoglia, que dá nome à praça em questão, nasceu em 1920. Em 1942 ingressou na Escola Paulista de Medicina, diplomando-se em 1947. Proctologista, residiu durante muitos anos no Hospital Matarazzo, em São Paulo, onde ingressou em 1938 como faxineiro e chegou à chefia do departamento de sua especialidade anos mais tarde. Trabalhou ainda, desde sua formatura, na Santa Casa de Itu – onde atendia gratuitamente aos finais de semana. Em 1954 ingressou na política, sendo eleito vereador da cidade de São Paulo no ano seguinte. Em 1958 foi eleito deputado estadual, reelegendo-se sete vezes consecutivas. Estudou também na Escola de Direito de Niterói, diplomando-se em 1960. Em 1964 foi Secretário Estadual da Saúde. Com sua atuação política ao longo de quatro décadas, foi reconhecido publicamente por conseguir diversos melhoramentos para sua cidade natal, da qual era notável defensor, bem como para outras cidades da região, nas quais era igualmente estimado. Faleceu em Salto em 1996.
Quem observa nos dias de hoje essa praça que carrega o nome do emblemático político e médico saltense não imagina que ela abrigou edificações até meados do século passado. A mais antiga da qual se tem notícia é a casa que pertenceu a José Bonifácio de Andrada e Silva [1827-1886], conhecido por José Bonifácio, “o Moço” – um poeta, jurista, professor e político brasileiro. Esse personagem do Império tinha o mesmo nome de seu tio-avô, o Patriarca da Independência. Numa das vezes em que D. Pedro II visitou Salto, em 1875, foi a casa que Bonifácio mantinha próxima à cabeceira da ponte Salto-Itu, na margem direita do rio Tietê, que hospedou o Imperador. Na condição de anfitrião, Bonifácio declamou a poesia “Sonhando”, escrita especialmente para aquele momento. Mais tarde, em 1889, a referida casa – que ali existiu até 1913 – foi ocupada pela família do engenheiro responsável pela construção da Fábrica de Papel.
Na praça também existiu, até 1958, uma ampla casa construída no final do século XIX, em sua origem um hotel, e que abrigou a partir de 1936 uma instituição particular de ensino, o Externato Sagrada Família. Essa instituição iniciou suas atividades sob a designação Escola Paroquial, dada sua ligação com a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Monte Serrat. Fundada por quatro religiosas da Congregação das Filhas de São José, vindas da Itália, a instituição contou desde o início com o apoio da indústria têxtil Brasital S/A, tendo sido prédio que abrigava a escola doado pela senhora Aurelina Teixeira Campos. Existente até os dias de hoje, o Coleginho – como é popularmente conhecida a instituição – transferiu-se em 1958 para um novo prédio, situado à Av. D. Pedro II nº 804. Isso foi possível a partir de uma permuta de terrenos com entre a Mitra Diocesana de Jundiaí, proprietária do casarão de dona Aurelina desde 1936, e a Prefeitura de Salto – trâmite ocorrido em 1954 e que precisou ser comprovado, para fins de liberação de verbas para as recentes intervenções, perante o Governo do Estado.
Em fins da década de 1950, a pressa em demolir o antigo casarão não se aplicou às obras para um novo uso do espaço que se tornara público. Idas e vindas ocorreriam e por mais de três anos a obra – iniciada pela empresa Cunha Lima Carvalhosa – ficaria parada. Então, nova concorrência pública foi aberta, sendo vencida pelo grupo do arquiteto João Walter Toscano, o mesmo que fora responsável pela remodelação do Jardim Público existente ao lado. A promessa era de concluir a obra em até um ano.
Contudo, a inauguração da Concha Acústica ocorreria apenas em 7 de abril de 1963, com a bênção do Monsenhor João da Silva Couto – pároco da cidade desde 1926 – discurso do prefeito Vicente Scivittaro, queima de fogos de artifício e apresentações de artistas do rádio e da televisão com algum destaque à época.
Vista aérea da Concha Acústica e arredores, 1963.
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