A capela primitiva
O capitão Antônio Vieira Tavares, ao se instalar por volta de 1690 em seu Sítio Cachoeira, hoje território do município de Salto, quis construir “uma igreja com seu adro com a invocação de Nossa Senhora do Monte Serrat”, como consta na “Provisão de Ereção” do templo, documento de 1696. Dois anos mais tarde, em 16 de junho de 1698, o vigário da Vila de Itu, Felipe de Campos, visitou a capela já construída e, “achando-a mui decente e com todos os paramentos necessários para (...) se celebrar o sacrifício da missa”, a benzeu. Considera-se hoje essa data como sendo a de fundação da cidade de Salto.
No ano de 1700, Tavares e sua mulher, Maria Leite, firmaram em escritura pública a intenção de doar o Sítio Cachoeira com tudo o que nele havia, incluindo escravos negros e índios, para a “Capela de Nossa Senhora do Monte Serrat”, acrescentando que era sua vontade que “se conservasse a dita capela para sempre no mesmo lugar”. A doação se consumou, tendo morrido Tavares por último, em 1712. A capela foi preservada até 1928, quando foi demolida para dar lugar ao prédio atual. Resistiu, portanto, por 230 anos.
A igreja atual
No início do século XX, a capela primitiva tornou-se pequena para Salto. A primeira pedra do novo templo foi assentada em fevereiro de 1928, sendo pároco o padre João da Silva Couto. Prontos os alicerces ao redor da velha capela, suas grossas paredes de taipa foram demolidas. Em várias ocasiões os operários das fábricas, especialmente da Brasital, consentiram que fosse descontado dos salários o equivalente a um dia de trabalho, em prol da construção. A nova igreja foi benzida e inaugurada em 1º de maio de 1936, fazendo-se o revestimento externo posteriormente. Foram responsáveis técnicos pela obra o engenheiro Paschoal Purcchio e o construtor João Scarano.
A primeira imagem (1698 – 1797)
Entronizada pelo capitão Antônio Vieira Tavares, quando da bênção da capela primitiva, pode ainda hoje ser vista no interior da Igreja Matriz, no altar lateral esquerdo.
A imagem incendiada (1797 – 1935)
Em fins do século XVIII, o padre ituano João Leite Ferraz, senhor muito rico e devoto de Nossa Senhora do Monte Serrat, encarregou-se de restaurar a capela original. Achava ele que a imagem que ali se encontrava era “pequena e sem estética” e desejava substituí-la por outra, “majestosa e digna de admiração”.
Em 1797, o ituano Francisco de Paula Leite de Barros, desejando se casar com Maria Joaquina de Campos, pediu a intervenção do padre, pois este era tutor da moça e amigo de sua família. Em troca desse favor, o padre achou que o pretendente deveria pagar-lhe uma penitência, e mandou-o ir à beira do tanque do Sítio Grande, no bairro do Piraí, e de lá trazer um tronco de cedro “de muito boas águas”, o que o jovem fez com grande esforço. Não contente, o padre o mandou buscar na Vila de Parnaíba (atual Santana de Parnaíba) um santeiro de fama na época, o mulato de nome Guilherme. Assim, o jovem Paula Leite trouxe o artista que esculpiu a segunda imagem de Nossa Senhora do Monte Serrat.
Mais de um século depois, na noite de 18 de janeiro de 1935, um curto-circuito na instalação da igreja em obras, na parte que funcionava como matriz provisória, provocou o incêndio que destruiu a imagem de 1797. O que restou foi a cabeça carbonizada, que se encontra hoje no Museu da Cidade de Salto. A Igreja da Candelária, em Itu, possui duas imagens feitas do mesmo tronco de cedro, uma Senhora do Rosário e um São Miguel Arcanjo.
A imagem atual (desde 1935)
Para substituir a imagem incendiada, a mesma família Paula Leite, de Itu, se reuniu e abriu um “livro de ouro”, angariando fundos para que fosse esculpida uma outra imagem, também em cedro. O trabalho ficou por conta do escultor S. Scopoli, e a nova imagem foi apresentada aos fiéis em setembro de 1935. É essa imagem que se encontra hoje no altar-mor da Igreja Matriz.
O capitão Antônio Vieira Tavares, ao se instalar por volta de 1690 em seu Sítio Cachoeira, hoje território do município de Salto, quis construir “uma igreja com seu adro com a invocação de Nossa Senhora do Monte Serrat”, como consta na “Provisão de Ereção” do templo, documento de 1696. Dois anos mais tarde, em 16 de junho de 1698, o vigário da Vila de Itu, Felipe de Campos, visitou a capela já construída e, “achando-a mui decente e com todos os paramentos necessários para (...) se celebrar o sacrifício da missa”, a benzeu. Considera-se hoje essa data como sendo a de fundação da cidade de Salto.
No ano de 1700, Tavares e sua mulher, Maria Leite, firmaram em escritura pública a intenção de doar o Sítio Cachoeira com tudo o que nele havia, incluindo escravos negros e índios, para a “Capela de Nossa Senhora do Monte Serrat”, acrescentando que era sua vontade que “se conservasse a dita capela para sempre no mesmo lugar”. A doação se consumou, tendo morrido Tavares por último, em 1712. A capela foi preservada até 1928, quando foi demolida para dar lugar ao prédio atual. Resistiu, portanto, por 230 anos.
Vista da capela primitiva e de seu pátio frontal. À esquerda, casa dos operários da fábrica Fortuna, c.1900.
A igreja atual
No início do século XX, a capela primitiva tornou-se pequena para Salto. A primeira pedra do novo templo foi assentada em fevereiro de 1928, sendo pároco o padre João da Silva Couto. Prontos os alicerces ao redor da velha capela, suas grossas paredes de taipa foram demolidas. Em várias ocasiões os operários das fábricas, especialmente da Brasital, consentiram que fosse descontado dos salários o equivalente a um dia de trabalho, em prol da construção. A nova igreja foi benzida e inaugurada em 1º de maio de 1936, fazendo-se o revestimento externo posteriormente. Foram responsáveis técnicos pela obra o engenheiro Paschoal Purcchio e o construtor João Scarano.
Atual prédio da Igreja Matriz durante sua construção, entre 1928 e 1936.
A primeira imagem (1698 – 1797)
Entronizada pelo capitão Antônio Vieira Tavares, quando da bênção da capela primitiva, pode ainda hoje ser vista no interior da Igreja Matriz, no altar lateral esquerdo.
A imagem incendiada (1797 – 1935)
Em fins do século XVIII, o padre ituano João Leite Ferraz, senhor muito rico e devoto de Nossa Senhora do Monte Serrat, encarregou-se de restaurar a capela original. Achava ele que a imagem que ali se encontrava era “pequena e sem estética” e desejava substituí-la por outra, “majestosa e digna de admiração”.
Em 1797, o ituano Francisco de Paula Leite de Barros, desejando se casar com Maria Joaquina de Campos, pediu a intervenção do padre, pois este era tutor da moça e amigo de sua família. Em troca desse favor, o padre achou que o pretendente deveria pagar-lhe uma penitência, e mandou-o ir à beira do tanque do Sítio Grande, no bairro do Piraí, e de lá trazer um tronco de cedro “de muito boas águas”, o que o jovem fez com grande esforço. Não contente, o padre o mandou buscar na Vila de Parnaíba (atual Santana de Parnaíba) um santeiro de fama na época, o mulato de nome Guilherme. Assim, o jovem Paula Leite trouxe o artista que esculpiu a segunda imagem de Nossa Senhora do Monte Serrat.
Mais de um século depois, na noite de 18 de janeiro de 1935, um curto-circuito na instalação da igreja em obras, na parte que funcionava como matriz provisória, provocou o incêndio que destruiu a imagem de 1797. O que restou foi a cabeça carbonizada, que se encontra hoje no Museu da Cidade de Salto. A Igreja da Candelária, em Itu, possui duas imagens feitas do mesmo tronco de cedro, uma Senhora do Rosário e um São Miguel Arcanjo.
A imagem atual (desde 1935)
Para substituir a imagem incendiada, a mesma família Paula Leite, de Itu, se reuniu e abriu um “livro de ouro”, angariando fundos para que fosse esculpida uma outra imagem, também em cedro. O trabalho ficou por conta do escultor S. Scopoli, e a nova imagem foi apresentada aos fiéis em setembro de 1935. É essa imagem que se encontra hoje no altar-mor da Igreja Matriz.
A imagem primitiva de fins do séc. XVII (1); a incendiada, de 1797 (2); e a atual (3), de 1935.
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