O prédio no qual hoje está a Secretaria da Cultura e Turismo, na esquina da Praça Antonio Vieira Tavares com a Rua José Weissohn, foi originalmente concebido para abrigar a creche da Brasital S/A, indústria têxtil situada a sua frente, da qual muito já falamos em colunas anteriores.
Fachada do prédio da creche da Brasital por volta de 1950, ainda com um terraço.
Fundada em 26 de fevereiro de 1948, por iniciativa do engenheiro Giuseppe Bianchi – procurador da Brasital naquela época – a creche destinava-se exclusivamente aos filhos dos operários da empresa. As atividades iniciaram-se em 21 de abril do mesmo ano. Por muito tempo a creche foi dirigida por freiras vindas de São Paulo e pertencentes à ordem das Filhas de São José – que está em Salto desde a instalação do colégio Sagrada Família em 1936. Eram elas as responsáveis por cuidar das crianças enquanto as mães trabalhavam.
Primeira turma de crianças, 1948.
É costume dizer que a creche funcionou como um jardim da infância da cidade numa época em que essa modalidade escolar ainda não existia aqui. De início, freqüentavam o espaço crianças entre dois meses e sete anos. Por volta de 1950, cerca de 120 crianças filhas dos operários da mantenedora eram assistidas naquele prédio.
Às mães era permitido sair do serviço por alguns minutos, durante o expediente, para se dirigirem ao lactário da creche a fim de amamentarem seus filhos. Outras crianças eram alimentadas por mamadeiras preparadas pelas próprias freiras. Às maiores era preparado mingau e sopa. E um pediatra consultava três vezes por semana as crianças que estivessem doentes
Berçário, 1952.
A partir de 1969, com a reorganização de seu sistema de assistência social, a Brasital limitou o atendimento a crianças com até três anos de idade. Em 1975, deslocou em definitivo a assistência para um de seus chalés, o que durou até quando foi vendida, em 1981, ao Grupo Santista. Em dezembro de 1986 o prédio que serviu como creche da Brasital durante 27 anos foi desapropriado pela municipalidade e em 1991 foi cedido ao INSS, que lá permaneceu por alguns anos.
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