Desde a primeira década do século XX, Salto contou com escolas mantidas pela colônia italiana. A primeira delas denominava-se Dante Alighieri. Nesse período, Francisco Salerno, Othelo Donato e Leone Camerra se destacaram enquanto docentes.
Na década de 1920, a Escola Dante Alighieri passa a se chamar Anita Garibaldi, em referência à companheira brasileira de Giuseppe Garibaldi, guerrilheiro italiano conhecido como “herói de dois mundos”, por conta de sua participação em revoluções tanto na América – caso da Farroupilha, no Rio Grande do Sul – quanto na Europa.
Em sua origem, a escola voltava-se para a difusão da língua e da cultura italiana, à luz da ideologia fascista, com o governo italiano, sob o comando de Benito Mussolini, enviando o material didático, como livros de História e Geografia, dentro dos programas de propaganda patriótica para italianos residentes no exterior.
Mantida pela indústria têxtil Brasital, a Escola Anita teve como diretor e professor, de 1931 a 1968, João Baptista Dalla Vecchia. Trajando terno jaquetão azul marinho, camisa branca e gravata azul; figura austera e apaixonada por seu ofício, podia-se mesmo dizer que “ele era a escola, a escola era ele”.
Em 1934, Rosanna Turri foi agregada à Escola, permanecendo longo período ao lado do professor Dalla Vecchia. As imagens que seguem, tomadas em 1996, mostram a professora rememorando um poema que ensinava aos alunos, em língua italiana.
Neste momento, as imagens que vemos, do final da década de 1930, mostram os alunos da Escola Anita percorrendo a Rua José Galvão, tendo ao fundo a Casa D’Italia, onde funcionava a escola; e se exercitando, acompanhados pelos professores Dalla Vecchia e Rosanna Turri.
A Escola Anita era um estabelecimento de ensino complementar. Atendia, normalmente, aos egressos do curso primário do Grupo Escolar Tancredo do Amaral que ainda não tinham idade suficiente para ingressar no mercado de trabalho. As vagas nessa escola eram disputadíssimas, especialmente numa época em que Salto não possuía estabelecimentos de ensino com classes que fossem além da quarta série.
Além do currículo normal, o professor Dalla Vecchia ministrava aulas de música, língua italiana, religião, ginástica e caligrafia. Esta, por sua vez, constituía-se numa marca dos alunos que a freqüentassem: era a caligrafia do Dalla Vecchia, a caligrafia da Escola Anita.
Ao final da década de 1960, a Escola Anita perdia sua razão de ser. Salto já contava com novos estabelecimentos de ensino, que agora ocupavam um espaço que, antes, era por ela suprido. Com a última turma, formada há 40 anos, aposentava-se o velho mestre Dalla Vecchia, aos 72 anos.
João Batista Dalla Vecchia [1896-1981]
Professor da Escola Anita Garibaldi por 37 anos, João Batista Dalla Vecchia nasceu em Itu, em 1896. Filho de italianos, aos 8 anos de idade mudou-se com sua família para a Argentina, e, dois anos mais tarde, para a Itália. No início de 1914, pouco antes da eclosão da Primeira Guerra Mundial, os Dalla Vecchia retornaram ao Brasil, e João Batista ingressou na Brasital, ali trabalhando até 1931. Nesse ano, recebeu um convite para lecionar na escola mantida pela empresa. De início, João Batista centralizava todasas funções: era diretor, professor, secretário e bedel. Poucos anos depois, passou a contar com o auxílio da professora Rosanna Turri, com a qual trabalharia lado a lado até 1968, quando do encerramento das atividades da escola.
Além de professor, Dalla Vecchia foi assíduo colaborador da paróquia de Nossa Senhora do Monte Serrat e de seu vigário, o padre João da Silva Couto [1887-1970], ajudando-o em várias empreitadas. Foi um dos diretores do Ítalo Futebol Clube, na década de 1920. Por muitos anos, foi músico da Corporação Musical Giuseppe Verdi, sendo, em seguida, um dos fundadores e regentes da União Musical Gomes-Verdi, que surgiu em 1939. Na política, foi vereador de 28 de maio de 1936 a 30 de janeiro de 1937 e de 1º de janeiro de 1948 a 31 de janeiro de 1951, data em que renunciou ao cargo. Também foi vice-prefeito na gestão de Vicente Scivittaro, entre os anos de 1960 e 1963.
Na década de 1920, a Escola Dante Alighieri passa a se chamar Anita Garibaldi, em referência à companheira brasileira de Giuseppe Garibaldi, guerrilheiro italiano conhecido como “herói de dois mundos”, por conta de sua participação em revoluções tanto na América – caso da Farroupilha, no Rio Grande do Sul – quanto na Europa.
Em sua origem, a escola voltava-se para a difusão da língua e da cultura italiana, à luz da ideologia fascista, com o governo italiano, sob o comando de Benito Mussolini, enviando o material didático, como livros de História e Geografia, dentro dos programas de propaganda patriótica para italianos residentes no exterior.
Mantida pela indústria têxtil Brasital, a Escola Anita teve como diretor e professor, de 1931 a 1968, João Baptista Dalla Vecchia. Trajando terno jaquetão azul marinho, camisa branca e gravata azul; figura austera e apaixonada por seu ofício, podia-se mesmo dizer que “ele era a escola, a escola era ele”.
Em 1934, Rosanna Turri foi agregada à Escola, permanecendo longo período ao lado do professor Dalla Vecchia. As imagens que seguem, tomadas em 1996, mostram a professora rememorando um poema que ensinava aos alunos, em língua italiana.
Neste momento, as imagens que vemos, do final da década de 1930, mostram os alunos da Escola Anita percorrendo a Rua José Galvão, tendo ao fundo a Casa D’Italia, onde funcionava a escola; e se exercitando, acompanhados pelos professores Dalla Vecchia e Rosanna Turri.
A Escola Anita era um estabelecimento de ensino complementar. Atendia, normalmente, aos egressos do curso primário do Grupo Escolar Tancredo do Amaral que ainda não tinham idade suficiente para ingressar no mercado de trabalho. As vagas nessa escola eram disputadíssimas, especialmente numa época em que Salto não possuía estabelecimentos de ensino com classes que fossem além da quarta série.
Além do currículo normal, o professor Dalla Vecchia ministrava aulas de música, língua italiana, religião, ginástica e caligrafia. Esta, por sua vez, constituía-se numa marca dos alunos que a freqüentassem: era a caligrafia do Dalla Vecchia, a caligrafia da Escola Anita.
Ao final da década de 1960, a Escola Anita perdia sua razão de ser. Salto já contava com novos estabelecimentos de ensino, que agora ocupavam um espaço que, antes, era por ela suprido. Com a última turma, formada há 40 anos, aposentava-se o velho mestre Dalla Vecchia, aos 72 anos.
João Batista Dalla Vecchia [1896-1981]
Professor da Escola Anita Garibaldi por 37 anos, João Batista Dalla Vecchia nasceu em Itu, em 1896. Filho de italianos, aos 8 anos de idade mudou-se com sua família para a Argentina, e, dois anos mais tarde, para a Itália. No início de 1914, pouco antes da eclosão da Primeira Guerra Mundial, os Dalla Vecchia retornaram ao Brasil, e João Batista ingressou na Brasital, ali trabalhando até 1931. Nesse ano, recebeu um convite para lecionar na escola mantida pela empresa. De início, João Batista centralizava todasas funções: era diretor, professor, secretário e bedel. Poucos anos depois, passou a contar com o auxílio da professora Rosanna Turri, com a qual trabalharia lado a lado até 1968, quando do encerramento das atividades da escola.
Além de professor, Dalla Vecchia foi assíduo colaborador da paróquia de Nossa Senhora do Monte Serrat e de seu vigário, o padre João da Silva Couto [1887-1970], ajudando-o em várias empreitadas. Foi um dos diretores do Ítalo Futebol Clube, na década de 1920. Por muitos anos, foi músico da Corporação Musical Giuseppe Verdi, sendo, em seguida, um dos fundadores e regentes da União Musical Gomes-Verdi, que surgiu em 1939. Na política, foi vereador de 28 de maio de 1936 a 30 de janeiro de 1937 e de 1º de janeiro de 1948 a 31 de janeiro de 1951, data em que renunciou ao cargo. Também foi vice-prefeito na gestão de Vicente Scivittaro, entre os anos de 1960 e 1963.
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