Em outubro de 1917 uma entidade criada pela colônia italiana radicada em Salto, o Comitê Pró-Pátria Italiana, solicitava aos vereadores a doação de uma pequena área no cemitério municipal – menos de dez metros quadrados – para a construção de um monumento em granito que serviria, segundo o Comitê, “para perpetuar na história a lembrança dos heróis que tombaram nos campos de batalha da Guerra Mundial de 1914”. Tal solicitação foi atendida e o prefeito da época, Luiz Dias da Silva, sancionou a lei e os italianos ergueram este marco com um epitáfio em língua italiana (veja dizeres abaixo da foto) e os nomes de Nerone e Raoul Begossi, dois irmãos que, entre outros elementos de Salto, participaram do conflito.
Os irmãos Nerone e Raoul Begossi.
O referido monumento existente no Cemitério da Saudade, destacado no Circuito da Memória.
No livro Memórias de um mestre escola, do professor Felicio Marmo (que na década de 1910 lecionou nesta cidade e teve os irmãos Nerone e Raoul como alunos), há registro sobre a ida desses jovens aos campos de batalha. Marmo menciona que o pai dos jovens, o italiano dono de um hotel em Salto, Saturno Begossi, fora convencido por seus compatriotas de que deveria encaminhar seus dois jovens filhos à Europa para defender a sua pátria de origem. Raoul e Nerone morreram quando, de bicicleta, transportavam as malas de correspondência para as trincheiras. Uma granada do exército austríaco os atingira em plena estrada.
Soldados italianos durante a Primeira Guerra carregando suas bicicletas, 1917.
Os irmãos Nerone e Raoul Begossi.
IN MEMORIA DEL SANGUE VERSATO SULLE ALPI E SUI MARI, DEI SACRIFIZI COMPIUTI PER LA VITTORIA D'OGGI, NOI, CITTADINI ITALIANI IN QUESTO SASSO ETERNIAMO I PRODI CHE DA QUI PARTIRONO E LÀ CADDERO COLLA FEDE NELLA VITTORIA.
Em memória do sangue derramado sobre os Alpes e sobre os mares, dos sacrifícios realizados para a vitória de hoje, nós, cidadãos italianos nesta pedra eternizamos os bravos que daqui partiram e lá tombaram com fé na vitória.
O referido monumento existente no Cemitério da Saudade, destacado no Circuito da Memória.
No livro Memórias de um mestre escola, do professor Felicio Marmo (que na década de 1910 lecionou nesta cidade e teve os irmãos Nerone e Raoul como alunos), há registro sobre a ida desses jovens aos campos de batalha. Marmo menciona que o pai dos jovens, o italiano dono de um hotel em Salto, Saturno Begossi, fora convencido por seus compatriotas de que deveria encaminhar seus dois jovens filhos à Europa para defender a sua pátria de origem. Raoul e Nerone morreram quando, de bicicleta, transportavam as malas de correspondência para as trincheiras. Uma granada do exército austríaco os atingira em plena estrada.
Soldados italianos durante a Primeira Guerra carregando suas bicicletas, 1917.
Nenhum comentário:
Postar um comentário